Quanto mais amo
Quanto mais declamo
Quanto mais apaixono
Menos encontro esperanças
É este meu problema
Cronológico, de querer
Sempre amar
Os tipos errados de pessoas certas.
Quanto mais amo
Quanto mais declamo
Quanto mais apaixono
Menos encontro esperanças
É este meu problema
Cronológico, de querer
Sempre amar
Os tipos errados de pessoas certas.
As vezes sinto um flagelo
Uma pontada forte no coração
Dai me lembro de você
E a dor de esvai, curada pela paixão.
Hoje passei em frente a uma obra que está acontecendo na avenida principal, perto da minha casa. Cerca de 10 ou 12 homens estão trabalhando, reconstruindo a tubulação do ribeirão que passa embaixo da rua.
Tem um buraco enorme, deve ter uns 6 ou 7 metros de altura e é realmente muito grande em largura, mas o que mais me espantou foi que existia umas 4 ou 5 pessoas que não tinham nada a ver com o projeto, mas estavam lá olhando de cima na calçada os outros trabalharem naquele enorme buraco.
É fascinante como as pessoas se entretêm facilmente, não é preciso TV nem cinema quando se tem uma tubulação dantesca na cidade, que por sinal é bem pequena e isso pode ser um dos motivos de tanta gente querer ver o acontecimento.
Tinha um ali que estava animado, parecia que era natal, mas logo se cansou e foi embora com a bicicleta. Também estava ali uma senhora que olhava todos com desdém, porém ficou olhando pra obra e não saia de lá, vai ver assim se sentia importante. E também o mais impressionante, o moleque, que menino chato esse, não podia mexer em algo que ele lá de cima gritava:
_Ou! Não é assim que faz!
Mas que depois de uma bronca e um dedo do meio também foi embora.
As pessoas se interessam por coisas muito idiotas e extremamente triviais, não sei o que é pior, eles olhando pra um grande buraco no meio da avenida, eu que fiquei observando eles olharem pra um grande buraco no meio da avenida ou você que leu todo esse texto sobre eu observando um bando de gente olhar pra um grande buraco no meio da avenida.
O exterior é frio e gélido
Porém sua alma é aconchegante
Como o sopro de um dragão
Me aquece sob seu olhar
Que repousa em seus olhos de rubi
E aquele dragão de fino porte
Me rapta e leva-me
Para meu mais longínquo coração
Me prende em masmorras maciças
Que se desfazem com seu beijo
Onde fostes minha amada?
Me torno prisoneiro daqui
Esperando aquele olhar
De olhos de rubi
Quem sou eu?
Usamos máscaras pra cada grupo social que encontramos e somos identificados por elas. Mas em qual tenho a cara limpa? Talvez nenhuma. Portanto, qual máscara mais se assemelha a esse rosto anteposto a ela?
Segundo meu professor, somos mais autênticos perto dos amigos, porém não me sinto verdadeiro nem perto de "amigos" nem de amigos, nem de família muito menos de "família".
Me encontro verdadeiro nos versos, nas frases e cada fonema conectado, aqui sim minha face é exposta, aqui tiro minha máscara de ferro e exponho minhas belezas e cicatrizes.
Talvez a autenticidade não seja algo criado ou formado e sim nascido. Nunca escolhi escrever, eu faço por simples e pura necessidade, é como uma paixão lancinante que a cada parágrafo chego mais perto dos lábios da amada.
Talvez a personalidade seja isso, um amor extremo à uma máscara, ao ponto de usá-la constantemente tornando-a face.