terça-feira, 5 de julho de 2016

O Japonês e o Imperador

Jonas atento ao visor da máquina do tempo pergunta ao computador atrelado ao mesmo se eles poderiam visitar os grandes pontos da história do universo. O Grande Computador responde "mas é claro, humano. Devemos começar por onde?". Jonas pensativo lembrou de seu tempo de escola e suas aulas sobre o império romano e então pediu para se transportarem para 180 d. c.

Se deparam em uma sala luxuosa com homens desnudos e mulheres os servindo enquanto trocam carícias. O Grande Computador então pergunta "O que deseja fazer nesse período?" e Jonas diz que iria conversar com o imperador. "Marco Aurélio o receberá em instantes, então" respondeu a máquina com uma sensação de dever cumprido.

Da porta entra um homem vestindo uma túnica vermelha e de cabelos cacheados que apenas por sua presença incita a saída de todos os outros habitantes do local. Deixando por fim apenas Jonas, ele e o Grande Computador.

_Bem vindo, visitante.- Fala alegremente o imperador.

Jonas se apresenta e explica sua posse de uma máquina do tempo. Marco Aurélio não expressa a surpresa esperada porém se vê intrigado:

_Mas se tem o poder de falar com qualquer um, por que sou o escolhido?

Jonas explica então seu fascínio por Roma e que sempre foi seu sonho visitar essa época.

O Imperador então diz:

_Que pena, não?

Jonas assustando questiona seu comentário.

_Ora. É simples, o desejo, sonho, é fruto dá não aquisição logo agora não se sente mais feliz porque provavelmente nesse momento já decidiu uma outra época melhor para ir ao invés dessa. A partir do momento que seu desejo foi realizado faz parte do teu patrimônio logo não gera mais desejo.

Perplexo, Jonas, questiona então o que é felicidade.

_A felicidade só pode ser encontrada quando esquecemos tais sonhos, quando baseamos nossas vidas no imaterial, quando esquecemos de todos os prazeres mundanos e nos focamos a procura de tal. E a partir desse momento o encontro da felicidade é uma questão de reflexão e tempo.

Arrogante então Jonas diz que controla o tempo logo encontraria a resposta e voltaria para contar a Marco Aurélio.

Corre então para dentro da máquina e ordena ao Grande Computador para levar ele para o momento mais feliz já acontecido em toda a existência de tudo. O Grande Computador começa a processar e depois de alguns minutos acha tal singularidade, porém antes de viajar alerta Jonas "tal momento é um ponto fixo do tempo e não pode ser alterado. Quando chegarmos ao local nos manterei invisíveis apenas como observadores". Jonas então concorda, preparando-se para ir para uma coroação, uma tarde com Sócrates ou até um bacanal holandês.

Na beirada mais brega do universo, num planetinhazinho azul chamado Terra, numa quitinetizinha sem janelas chegam os dois.
Lá encontram Kenichi, um japonês de 38 anos que acaba de chegar em casa após 14 horas de serviço em um fábrica de eletrônicos. Kenichi, então, abre a geladeira, pega uma cerveja, senta-se no sofá, liga a TV no jogo da seleção nipônica e assiste ali um gol de Nakata, seu jogador favorito.

"Marco Aurélio em algum quarto de seu palácio em algum instante morre e não temos como voltar" diz o Grande Computador a Jonas.

Jonas, então, se isola e tenta refletir sobre tais acontecimentos.

Enquanto Kenichi busca outra cerveja.

O Japonês e o Imperador

Jonas atento ao visor da máquina do tempo pergunta ao computador atrelado ao mesmo se eles poderiam visitar os grandes pontos da história do universo. O Grande Computador responde "mas é claro, humano. Devemos começar por onde?". Jonas pensativo lembrou de seu tempo de escola e suas aulas sobre o império romano e então pediu para se transportarem para 180 d. c.

Se deparam em uma sala luxuosa com homens desnudos e mulheres os servindo enquanto trocam carícias. O Grande Computador então pergunta "O que deseja fazer nesse período?" e Jonas diz que iria conversar com o imperador. "Marco Aurélio o receberá em instantes, então" respondeu a máquina com uma sensação de dever cumprido.

Da porta entra um homem vestindo uma túnica vermelha e de cabelos cacheados que apenas por sua presença incita a saída de todos os outros habitantes do local. Deixando por fim apenas Jonas, ele e o Grande Computador.

_Bem vindo, visitante.- Fala alegremente o imperador.

Jonas se apresenta e explica sua posse de uma máquina do tempo. Marco Aurélio não expressa a surpresa esperada porém se vê intrigado:

_Mas se tem o poder de falar com qualquer um, por que sou o escolhido?

Jonas explica então seu fascínio por Roma e que sempre foi seu sonho visitar essa época.

O Imperador então diz:

_Que pena, não?

Jonas assustando questiona seu comentário.

_Ora. É simples, o desejo, sonho, é fruto dá não aquisição logo agora não se sente mais feliz porque provavelmente nesse momento já decidiu uma outra época melhor para ir ao invés dessa. A partir do momento que seu desejo foi realizado faz parte do teu patrimônio logo não gera mais desejo.

Perplexo, Jonas, questiona então o que é felicidade.

_A felicidade só pode ser encontrada quando esquecemos tais sonhos, quando baseamos nossas vidas no imaterial, quando esquecemos de todos os prazeres mundanos e nos focamos a procura de tal. E a partir nesse momento o encontro da felicidade é uma questão de reflexão e tempo.

Arrogante então Jonas diz que controla o tempo logo encontraria a resposta e voltaria para contar a Marco Aurélio.

Corre então para dentro da máquina e ordena ao Grande Computador para levar ele para o momento mais feliz já acontecido em toda a existência de tudo. O Grande Computador começa a processar e depois de alguns minutos acha tal singularidade, porém antes de viajar alerta Jonas "tal momento é um ponto fixo do tempo e não pode ser alterado. Quando chegarmos ao local nos manterei invisíveis apenas como observadores". Jonas então concorda, preparando-se para ir para uma coroação, uma tarde com Sócrates ou até um bacanal holandês.

Na beirada mais brega do universo, num planetinhazinho azul chamado Terra, numa quitinetizinha sem janelas chegam os dois.
Lá encontram Kenichi, um japonês de 38 anos que acaba de chegar em casa após 14 horas de serviço em um fábrica de eletrônicos. Kenichi, então, abre a geladeira, pega uma cerveja, senta-se no sofá, liga a TV no jogo da seleção nipônica e assiste ali um gol de Nakata, seu jogador favorito.

"Marco Aurélio em algum quarto de seu palácio em algum instante morre e não temos como voltar" diz o Grande Computador a Jonas.

Jonas, então, se isola e tenta refletir sobre tais acontecimentos.

Enquanto Kenichi busca outra cerveja.

O Japonês e o Imperador

Jonas atento ao visor da máquina do tempo pergunta ao computador atrelado ao mesmo se eles poderiam visitar os grandes pontos da história do universo. O Grande Computador responde "mas é claro, humano. Devemos começar por onde?". Jonas pensativo lembrou de seu tempo de escola e suas aulas sobre o império romano e então pediu para se transportarem para 180 d. c.

Se deparam em uma sala luxuosa com homens desnudos e mulheres os servindo enquanto trocam carícias. O Grande Computador então pergunta "O que desejar fazer nesse período?" e Jonas diz que iria conversar com o imperador. "Marco Aurélio o receberá em instantes, então" respondeu a máquina com uma sensação de dever cumprido.

Da porta entra um homem vestindo uma túnica vermelha e de cabelos cacheados que apenas por sua presença incita a saída de todos os outros habitantes do local. Deixando por fim apenas Jonas, ele e o Grande Computador.

_Bem vindo, visitante.- Fala alegremente o imperador.

Jonas se apresenta e explica sua posse de uma máquina do tempo. Marco Aurélio não expressa a surpresa esperada porém se vê intrigado:

_Mas se tem o poder de falar com qualquer um, por que sou o escolhido?

Jonas explica então seu fascínio por Roma e que sempre foi seu sonho visitar essa época.

O Imperador então diz:

_Que pena, não?

Jonas assustando questiona seu comentário.

_Ora. É simples, o desejo, sonho, é fruto dá não aquisição logo agora não se sente mais feliz porque provavelmente nesse momento já decidiu uma outra época melhor para ir ao invés dessa. A partir do momento que seu desejo foi realizado faz parte do teu patrimônio logo não gera mais desejo.

Perplexo, Jonas, questiona então o que é felicidade.

_A felicidade só pode ser encontrada quando esquecemos tais sonhos, quando baseamos nossas vidas no imaterial, quando esquecemos de todos os prazeres mundanos e nos focamos a procura de tal. E a partir nesse momento o encontro da felicidade é uma questão de reflexão e tempo.

Arrogante então Jonas diz que controla o tempo logo encontraria a resposta e voltaria para contar a Marco Aurélio.

Corre então para dentro da máquina e ordena ao Grande Computador para levar ele para o momento mais feliz já acontecido em toda a existência de tudo. O Grande Computador começa a processar e depois de alguns minutos acha tal singularidade, porém antes de viajar alerta Jonas "tal momento é um ponto fixo do tempo e não pode ser alterado. Quando chegarmos ao local nos manterei invisíveis apenas como observadores". Jonas então concorda, preparando-se para ir para uma coroação, uma tarde com Sócrates ou até um bacanal holandês.

Na beirada mais brega do universo, num planetinhazinho azul chamado Terra, numa quitinetizinha sem janelas chegam os dois.
Lá encontram Kenichi, um japonês de 38 anos que acaba de chegar em casa após 14 horas de serviço em um fábrica de eletrônicos. Kenichi, então, abre a geladeira, pega uma cerveja, senta-se no sofá, liga a TV no jogo da seleção nipônica e assiste ali um gol de Nakata, seu jogador favorito.

"Marco Aurélio em algum quarto de seu palácio em algum instante morre e não temos como voltar" diz o Grande Computador a Jonas.

Jonas, então, se isola e tenta refletir sobre tais acontecimentos.

Enquanto Kenichi busca outra cerveja.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Autoestima

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Niilismo se tornou semântico ao meu nome.
Qualquer tipo de sentimento que não seja
no mínimo agoniante, desconheço.

Tenho a minha existência como maior erro.
Não por eu determinista e sim, simplesmente,
pela minha lúgubre metafísica.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Não mereço carro fúnebre, e nem desejo festa.
De almas ocas e tristes já bastam as que vagam aqui.
Serão apenas máscaras desalegres de criaturas indiferentes.

Quando eu for, me jogue na vala mais barata,
sem caixão, sem paletó, sem eufemismos.
Apenas eu e minha completa inexistência.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Deus não ficará feliz ao ver que não fui para o subsolo.
Tampouco irei para a cobertura, com todos aqueles calhordas.
Quero que minha alma seja enterrada junto ao corpo.

Talvez no subterrâneo de uma sociedade falida,
eu sinta algum sentimento de pertencimento.
Apenas eu e os vermes, como eu.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Eu nunca fui príncipe, Pessoa.
Na verdade, abaixar-me da possibilidade do soco se tornou de praste.
E já perdi as contas das vezes que apanhei mesmo tendo agachado.

Não sou ideal, nunca serei ideal.
Sou verme como qualquer outro ser humano.
A diferença é que me desprendi da ilusão olimpiana.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Cascas vazias que andam comigo juram lealdade.
Como eu almejo a falta de intelecto para ludibriar-me com isso.
Mas esse monstro anímico me lembra que sou verme.

Vejo festejarem a fétida podridão de suas existências,
e não tendo escolha me junto a eles a tal diabólico festim.
Feito moscas rodopiam em torno da nossa sociedade ideal.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Privo-me de meus desejos naturais,
por pura idiossincrasia dos meus outros eu's,
E vejo-me triste, e meus eu's satisfeitos com tal.

Como é inato da humanidade esta dicotomia conflitante.
Cuja mente coloca duas almas em uma concha,
e espera, sem sucesso, que saia desse duelo algo mais que insanidade.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei

Não tenho valor nenhum.
Não sou digno de nada, e a honra é só uma joia comprada.
Não mereço nada que não seja essencialmente desprezível.

Por tal fato, não vejo-me digno de algo tão honroso como o suicido.
Por isso, espero que o acaso e o destino se amem num momento vindouro.
Para que minha natureza seja finalmente tirada de mim, enquanto meus monstros atingem o orgasmo.

Não presto
Nunca prestei
Nem prestarei



domingo, 13 de março de 2016

Meus sinceros tempos.

O fim no meio
é começo de um bom poema,
porque o começo do fim
é quando não vemos o meio.

O poeta não enxerga
nem o meio, nem o fim.
E o começo é tão confuso 
que não faz sentido enxergar.

Mas sou gauche,
e só não enxergo o que não existe.
Porém é capaz que no auge da minha solidão,
eu consiga ver até isso.

Amor, eu te vi
desde o começo.
E senti-te em seu meio.
Mas o fim, linda, feito um aborto foi deixado de lado.

O fim não foi real.
O amor não teve fim.
Mas foi real demais
meu amor por ti.

Feito meio copo de cerveja deixado de lado pra esquentar,
feito um filme de ação sem sangue.
Como uma punheta mal batida,
nós não atingimos nosso orgasmo conjugal.

Agora quieto, gauche, eu vejo.
Nosso fim nem começou.
Porém o meio foi-se embora há tempos.
Começo a me perguntar quando acabará esta porra.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Notei que durante a noite
uma fumaça se elevava
entre nossos corpos amontoados.
Lembrei-me das aulas de química,
e como é fascinante saber que
o simples toque entre dois elementos poderosíssimos
poderia causa tal reação capaz de mudar a matéria a sua frente.

Olhei de volta pro teu corpo,
a única certeza que tive era
que o que exalava,
não era cloreto de amônio.